Aposto que vocês já viram a cena. Um casal sentado à mesa do restaurante. O homem calado, a mulher com cara de poucos amigos trata até o garçom mal. Ela parece um poço de mau humor. Pode ser que aquela inocente criatura barbeada e com ar angelical tenha aprontado todas, esteja há 46 dias deixando que ela cuide sozinha das duas crianças, das compras da casa, do conserto da pia e do próprio emprego, naturalmente, e que nunca tenha se levantado de madrugada para trocar uma fralda. Pode ser.
Tudo é possível na combinação de um casal formado por uma mulher amarga e um homem calado. Costumo dizer que basta um homem sem iniciativa para fazer da própria mulher um monstro em desmandos. Acostumada a dar ordens, a fazer tudo, logo ela, a solitária no poder, se acha no direito de intervir também nas questões pessoais dele e, o que deveria ser uma troca voluntária de delicadezas, atenção e respeito, se torna um eterno intercâmbio de farpas e ressentimentos. Tenho medo de homens sem iniciativa, incapazes de perceber que o papel higiênico acabou.
Mas sempre me causa espanto olhar ao redor e perceber também a falta de humor que assola certas mulheres. Considero a falta de bom humor um defeito grave, em ambos os sexos. Sem humor, perdemos a chance de dar um novo rumo a uma conversa tensa ou simplesmente imprimir um clima melhor numa crítica necessária.
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